Boa tarde pessoas! Estava indo estudar quando me deparei com esta entrevista do Jensen Ackles feita no luxuoso hotel S&L, no CEP mais famoso da televisão: 90210. Publicada em maio deste ano pela revista Sci-fi News. Espero que gostem, Jensen sempre muito fofo! :D
Conversei com Jim Beaver e Misha Collins agora pouco e eles…
Sinto muito por você! (risos) Horrível, né? Não sei por que insistem em convidar aqueles dois. (risos).
… comentaram todas as mudanças que a temática da série sofreu. Como você encara toda a trajetória das ‘lendas urbanas’ para decidir o destino da Humanidade?
Em princípio hesitei e fiquei nervoso por lidar com esse assunto, que pode ser muito delicado. É muito fácil ofender muita gente. Eric [Kripke, criador de Supernatural] me disse “olha só, não estou tentando reescrever a Bíblia; estou apenas utilizando esses elementos numa história ficcional”. Resolvi manter a atenção longe disso, afinal venho de uma família muito religiosa, assim como eu. Pude me manter alheio a essa preocupação justamente por não me sentir ofendido com nada presente no programa. A última coisa que quero é minha avó me ligando e dizendo [imitando a voz]: “você tem idéia do que acabou de dizer e fazer na série, mocinho?” (gargalhadas). Felizmente eles [a família] compreenderam o tom e nunca reclamaram.
Pode não ser ofensivo, mas não deixa de ser uma decisão difícil, sendo uma pessoa religiosa, se ver diante do apocalipse e ter que dizer não a Michael; que é a ‘coisa certa’ a fazer e qualquer cristão convicto não pensaria duas vezes.
Em relação à história, com certeza. A falta de fé de Dean é algo interessante de se interpretar. Ele reage às situações de forma diferente do que o faria. Muita gente me pergunta as similaridades e gostos em comum entre eu e Dean e, devo dizer, essa relação mudou ao longo do programa. No começo, éramos muito parecidos, pois eu não sabia quem Dean era realmente, ou seja, era eu na tela. Com o tempo, os roteiristas, Eric e eu fomos definindo esse sujeito e, acredite, agora ele fala, anda e pensa de forma bem diferente; seja do personagem na primeira temporada ou de mim. Ele é meio duro na queda, e também é engraçado. É o cara que sempre [ou quase] conquista as garotas. Minha relação com ele mudou muito e sempre me surpreendo, pois, agora tudo parece novo para mim. É por isso que adoro atuar.
E por falar em desenvolvimento, enquanto a maioria das séries fica paranóica com a renovação, vocês conseguiram o sinal verde para a sexta-temporada bastante cedo. Como isso mudou o clima no set?
A pressão vai embora e nos ajuda a pensar no que importa, em vez de ficar pelos bastidores perguntando sobre as negociações e tendo dúvidas sobre a vida no ano seguinte. Ter emprego garantido por mais um ano é ótimo, especialmente nessa indústria. Mas agora a pressão vai para cima dos roteiristas, que precisam criar uma temporada inteira. Sinceramente, sexta-temporada é a que mais me intriga, pois Eric tinha esse plano definido para cinco anos quando criou Supernatural. E ele se manteve fiel a isso. Ele nunca disse “olha, querem um sexto ano, então vou esticar a quinta e ficar enrolando”. Eric não é esse tipo de roteirista, e nada indica que isso vá mudar. Quando ele apresenta dúvidas ao espectador, ele responde a essas perguntas, diferente de alguns programas por aí [Lost soa familiar?]. Há muita confiança nessa produção e isso é transmitido ao espectador. Estou empolgado com essa temporada pois vamos apertar o botão “reiniciar”.
Como assim? Aliás, como é possível continuar o jogo depois de superar o Fim do Mundo?
Pelo aspecto criativo precisamos entender que acabamos de superar um clímax gigantesco e entraremos num território desconhecido. O Apocalipse foi evitado. Por isso, vamos avançar alguns anos [foi confirmado na Comic-Con que o salto será de aproximadamente 1 ano] e ver onde os Winchester estão e como é a vida de cada um deles. Não consigo deixar de lembrar daquela cena no final de Guerra ao Terror [vencedor máximo do Oscar 2009], na qual o personagem principal se vê diante de uma prateleira repleta de caixas de sucrilhos e não sabe o que fazer. O cara desarma bombas no Iraque, mas fica perdido no supermercado! Aquilo não é a realidade dele; assim como deixar de ser um caçador parece coisa de outro mundo para Dean. Toda sua vida foi dedicada a uma única tarefa, quase como uma escravidão voluntária; agora é hora de enfrentar o monstro da vida real. Tudo isso é totalmente novo para mim, pelo aspecto da interpretação, e poderei explorar muito mais a vida de Dean, por isso toda essa empolgação. Um tipo de tensão mais introvertido, algo como monstros internos.
Como você avalia os sentimentos entre Sam e Dean na quinta-temporada? Eles já perderam a fé um no outro, voltaram atrás, tentaram se afastar, mas continuam juntos…
É uma relação de constante aprovação e desaprovação pelo aspecto da confiança. Eles querem acreditar um no outro, mas sempre acontece alguma coisa que destrói essa tentativa. Quando isso acontece, eles duvidam de forma intensa, porém, da mesma maneira, algo surge para mostrar que há esperança. Gosto dessa dinâmica, dessa batalha constante para definir a lealdade deles a cada episódio. Esse ziguezague é atraente para o público, pois ninguém sabe para onde a vida deles está caminhando, é uma dúvida constante: eles são um time? Estão planejando algo pelas costas? Quem vai ser o primeiro a mudar de idéia?
Bom, o fato de que eles podem, eventualmente, tentar se matar no Apocalipse ajuda um bocado nesse aspecto…
Totalmente. É algo como Cain e Abel. Quem vai dar o primeiro golpe é a grande pergunta.
Todas essas mudanças também afetaram, por exemplo, a escolha das músicas nos cassetes do Impala ou mesmo a paixão por X-Burgers? Esses gostos se embaralharam com sua preferência pessoal em algum ponto?
Muito disso é culpa minha, devo admitir (risos). O rock’n roll clássico sempre esteve lá; Eric fazia questão: um carrão truculento e classic rock. Acho que ele estava cansado de tanto pop emo invadindo a TV (gargalhadas). Agora, em termos da comida, sou culpado! Para que mentir? (gargalhadas). Logo no comecinho da primeira temporada, colocaram uma bandeja cheia de salsichas perto de mim, numa cena. Aí peguei um e comi. O diretor me disse: “continue comendo; ficou engraçado!”. (gargalhadas). Achei o máximo, mas não imaginava que dali para a frente, toda vez que Dean tivesse uma chance, ele apareceria comendo. Adoro X-Burgers!
Preciso perguntar: como diabos aconteceu aquela gravação de The Eye of the Tiger? Estava tudo armado ou simplesmente aconteceu?
(gargalhadas) Tudo espontâneo! A música estava tocando fora do carro para que eu pudesse acompanhar o ritmo e Jared deveria chegar perto, bater no carro e dizer algo como “cara, desligue essa música; temos mais o que fazer”. Ele resolveu bancar o engraçadinho e não apareceu, só para ver o que eu faria. Deu no que deu. (risos).
Interpretar Dean te dá muita oportunidade para desenvolver drama, comédia e, claro, ação. É aquele tipo de atuação ideal para alguém se descobrir. Já sabe qual gênero te agrada mais?
Aquele que me dá emprego! (risos). Ação e comédia me atraem, mas meu pensamento sempre está em trabalhar com quem me torna um melhor ator. Pratiquei muito esporte quando era garoto e notei que sempre melhorava muito quando jogava contra alguém que tivesse mais experiência ou que fosse melhor que eu; precisava me esforça e me aplicar mais. Então, se eu puder pelo menos ter contato com os verdadeiros talentos da indústria e absorver o que eles têm a me oferecer, já vai valer a pena. Ser ator de séries permite constante evolução. Comecei a me interessar bastante pelos movimentos das câmeras e como os diretores contam as histórias por meio do posicionamento das lentes. Há muito mais além de ser um personagem e entreter o público. Poder ver como tudo isso acontece e compreender suas motivações, por que um determinado ângulo foi escolhido e etc., por exemplo, me fascina demais. Aprendi bastante ao longo desses cinco anos.
Falou como um verdadeiro diretor. Já pensou em colocar isso em prática?
Curioso perguntar. Não mencionei isso para ninguém ainda, mas essa nova relação surtiu tanto efeito que me ofereceram a direção de um dos episódios da próxima temporada. Você não imagina meu grau de empolgação.
Pode antecipar o número do episódio ou algo do roteiro?
Ainda não sei. Apenas disseram: “você merece!” Não pedi, o que valorizou ainda mais o convite. Não houve negociação, nada de agentes; foi reconhecimento da equipe pelo meu interesse e idéias. O pessoal notou isso pela minha participação mais ativa nas cenas, às vezes até ajudando a dirigir quando nos era dada a oportunidade. Se um dos diretores perguntava o que gostaríamos de fazer, sempre sugeria algo em termos de posicionamento, ângulo de câmera e movimentação para que pudéssemos garantir mais intensidade na cena. Isso ajudava a dar mais velocidade a todo o processo; e funcionou. Quando o convite chegou fiquei sem jeito e realmente surpreso! ‘Supernatural’ é um seriado muito concorrido na direção.
Descobriu esse desejo em ‘Supernatural’ ou já pensava na direção antes da série?
Foi durante o programa. Nunca tive aspiração à direção antes.
Além das sugestões, essa nova percepção também afeta seu estilo de atuação, certo?
Bastante, pois meu interesse foi além dos bastidores e começou a me dar confiança para prestar atenção em outros aspectos artísticos ao meu redor, seja no iluminador ou no cinegrafista. Comecei a ler roteiros de uma maneira diferente, indo além da simples preparação e pensando em como meu comportamento poderia melhorar a cena e ajudar em sua realização. Por exemplo, se o roteiro previa uma conversa em movimento dentro de um quarto de hotel, eu sabia que não poderia fazer tudo aquilo, pois a câmera teria que ficar em um lugar fixo, portanto, se minha ação física vai ser limitada a uma pequena área ou a uma mesa, que seja, preciso adequar minha atuação àquela realidade. Foi um casamento interessante entre cinegrafista e ator.
Essa situação gera algum tipo de competição ‘familiar’, ou seja, Jared vai querer dirigir também?
(risos) Não. Especialmente por não ser algo que ele se interesse tanto quanto eu. Ele respeita meus gostos e ficou empolgado pela notícia. Quando contei, ele me disse: “Que bom cara! Você merece! Vai ser ótimo!” Ao longo dos últimos cinco anos ele foi a pessoa com quem passei mais tempo na minha vida, então nos conhecemos bem.
Sendo um sujeito tão focado, e jovem, é surpreendente te ver falando em direção de forma tão séria e decidida. Especialmente numa época em que praticamente a maioria dos “astros jovens” vive nas revistas de fofoca. Nunca o vemos lá. Isso é uma coisa muito boa, não?
É bom demais! Justamente por não ser o tipo de atenção que eu quero. E facilita por filmarmos em Vancouver, ou seja, fico distante dessa loucura de Hollywood. Mas mesmo que estivesse por perto, filmamos entre 12 e 14 horas todos os dias. Não temos tempo para ficar de bobeira e pensar em fazer besteiras como arrancar minha camisa e sair correndo pelas ruas do centro de Los Angeles (risos).
Suas fãs iriam ao delírio!
(gargalhadas) Preciso lembrar que tenho 32 anos de idade e não sou um moleque estúpido. Quero transformar isso numa carreira e levo tudo muito a sério; respeito meu trabalho. Isso não significa que minha vida seja chata, longe disso, me divirto bastante. Posso curtir como todo mundo, mas sei que transformar isso no meu dia a dia seria o mesmo que me sabotar. Essa carreira é frágil. Muita gente boa que fez muito sucesso sumiu simplesmente pela falta de oportunidade, então ficar focado é fundamental. Não quero acabar como Corey Haim. É trágico, mas também é uma lição válida e dura para qualquer ator jovem.
Entrevista feita por: Fábio M. Barreto.
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Então é isso, a entrevisa é velha mas eu achei que valia a pena, espero que vocês também tenham achado. Achei tão lindo ele falando sobre a direção, e o contraste de diversão e trabalho. Super digno de um bom marido não é mesmo? :/ Mas então vou acabando por aqui! Obrigada ao Amon que escolheu a foto do post, porque sem ele eu teria postado mais fotos do que textos :D E Obrigada a vocês por terem lido! xoxo @dangermahgnet
Adorei a intrevista!!!!!Seu blog é ótimo!!!!
ResponderExcluirSuper bjo